segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sempre uma Nova Chance


Havia aquele rapaz de 17 anos que frequentava a igreja a muitos anos mas nunca tinha entendido o seu papel naquele lugar. Para ele, igreja era um lugar para se ir aos domingos, uma simples obrigação de todo bom cidadão.

Tudo começou a mudar quando seu coração foi atingido por uma paixão, daquelas de adolescente, intensa, insana, ingênua, daquelas que causam frio na barriga, gagueira e suor na testa.

Tentando impressionar a garota, o rapaz resolveu criar uma banda de música na igreja. O ano era 1988 e as bandas que usavam instrumentos elétricos dentro da igreja não eram bem vistas. Mas era exatamente isso que ele queria fazer porque não se importava com como seria visto pelas pessoas, só lhe importava como sera visto por aquela garota.

Seu plano estava traçado: montar a banda, tocar violão e chamar a garota para cantar. Era romântico, quase uma cena de filme, ele ali tocando violão enquanto ela cantava sorrindo para ele. Plano perfeito, já dava até para visualizar em sua mente. Pena que daria tudo errado.

Ao chamar a garota, ela chamou o primo. O primo chamou o amigo. O amigo tocava violão de forma imensamente melhor que o rapaz então aquela idéia de tocar violão para ela cantar já tinha dado com os burros n´água.

A garota também provou não ser nenhuma cantora e logo deixou a banda. Agora o rapaz só tinha o primo e o amigo do primo que era o cara que tocava violão pra caramba (impressionante o que ele podia fazer com o dedinho naquelas cordas).

O plano fracassou mas alguma coisa maior parecia estar acontecendo. O primo da garota era um poeta nato, sensível, conseguia enxergar as belezas da criação de forma ímpar. Além disso, conseguia criar melodias lindíssimas. O amigo do violão também provou ser uma grande pessoa, daquelas que têm o coração largo onde cabe um monte de gente. Juntos, aqueles três criaram a primeira música daquela banda ainda sem nome, música essa que se chamava "Lugar de Paz". E junto com a música, uma semente de intensa amizade.

A banda agora tinha um violonista, um bateirista (que era o amigo poeta) e um tecladista. Isso mesmo, alguém apresentou um teclado de brinquedo para aquele rapaz de 17 anos e o ensinaram a tocar melodias lindas que se mesclavam maravilhosamente aos acordes do violão fazendo com que ele se apaixonasse pelo instrumento deixando de vez o violão.

Mesmo com a garota fora da banda, o rapaz ainda estava decidido a impressioná-la. Assim, convidou dois vizinhos amigos, um para tocar contra baixo e o outro para tocar guitarra. Ele queria uma banda de verdade!

Agora a banda tinha baixo, guitarra, teclado, violão, bateria e uma música!

O nome da banda veio depois... Nova Chance! Naquela época as bandas sempre carregavam o título de "grupo" ou "conjunto" e isso gerou uma grande dúvida cósmica: seria "grupo" Nova Chance o nome do conjunto ou "conjunto" Nova Chance o nome do grupo? Brincadeiras à parte, grupo soava menos brega que conjunto então ficou grupo mesmo. Nos dias de hoje ninguém mais usa isso...

Existe mais uma história controversa envolvendo o nome dessa banda mas essa história vai ficar para outra postagem.

O fato é que para provar de vez que o controle daquilo tudo não estava nas mãos daquele rapaz, Deus se apresentou a ele numa noite de primavera. Sim, o próprio Deus a quem eles cantavam e respeitavam sem conhecer de verdade. O mesmo Deus que ainda tinha muito para ensinar a eles (e sempre terá!). A primeira lição aprendida foi que verdadeira razão de aquila banda estar acontecendo não era o amor adolescente por uma garota. A razão daquilo tudo era Deus.

Aqueles cinco rapazes viram e viveram coisas que jamais poderiam imaginar, histórias boas ou tristes, histórias que mudaram vidas, arrancaram lágrimas e sorrisos. Histórias que, se o grande Deus o permitir serão narradas aqui, nesse espaço.

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